CAPITULO IV
Claudia, a caçula da
família, já nascera privilegiada, pois havia seus dois irmãos pra lhe darem
atenção e lhe abrirem as portas do futuro, pois onde quer que ela quisesse
pisar ou conhecer, seus irmãos já o tinham lutado para abrir-lhes as portas!
Cresceu mais ensinando do que aprendendo em sua infância, pois era o extremo de
seus dois irmãos, onde o que reinava eram as travessuras e molecagens de uma
criança ativa e arteira. Seus dias eram na rua com a molecada, nos campinhos de
futebol, nas rodas de uma partida acirrada de gude, com seus carrinhos que
ganhava no lugar das bonecas, pois era seu maior gosto, quando não, estava em
cima da casa, brincando ate mesmo no telhado. Eram surpreendentes as diferenças
de cada um, onde o filho homem e mais velho estava lendo na sala, a do meio no
quarto brincando de casinha e a caçula na rua, jogando pedra nos postes com a
molecada! Era hiperativa naquilo que se dizia, ser criança. Sempre despojada,
com suas roupas sempre básicas que acreditava ser o suficiente, pois só gostava
de shorts e camiseta, e calçado sempre lhe fora dispensável. Muito apegada aos
pais, mas em sua infância sempre se enrabichada com o pai, pois adorava
acompanha-lo em seus hobbies de ir sempre a sítios, chácaras, onde tinha
criações de cavalos, bois, vacas e lá, ela o assistia abater os animais, comia
ali mesmo, numa fogueira improvisada os miúdos do animal que seu pai junto dos
amigos preparavam, e corria livre, pelos terrenos onde ela se sentia livre.
Aprendeu a dirigir muito cedo, pois nesses passeios tão sucessivos com o pai,
ele sempre a deixava no colo pra dirigir e com 11 anos já era uma expert no
volante, orgulhosa e feliz, juntamente com o orgulho dos pais por vê-la tão hábil.
Na escola sempre foi um fracasso, tivera dificuldades de comunicação, de
aprendizado, e com professores... talvez por que usava de um raciocínio muito
individual e voltava-se demais pra sentimentos e ilusões... dela e do próximo!
Terminou seus estudos básicos com custo e não alcançou uma formação superior
por escolher sempre seguir seu coração, e seu coração naqueles momentos dizia
que ela não podia ficar longe da mãe. Tinha medo... medo do que ela acabara de
descobrir...
Essa sou eu...
Penso;
"Nem tudo o que eu fui, sou hoje..."
Porém, muito do que não sou ainda... é por
que deixei de ser eu mesma!”
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