segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Dor da Perda...


É um caminho inevitável. Temos todos, um dia ou outro, de uma forma ou de outra (e geralmente de várias formas mesmo), que viver isso. Não porque é uma fatalidade do destino, mas porque faz parte da vida.

E cada um de nós vive, mesmo se de maneira dolorosa igual, de um jeito diferente as diferentes perdas pelas quais temos que atravessar.

A pior de todas, é quando alguém que a gente ama morre. Esse é um sentimento de perda irreparável. Um amigo não vale pelo outro, um irmão não vale pelo outro e nada no mundo poderá substituir nossos pais. Tenho uma amiga sábia que diz que "nunca somos velhos o suficiente para ficarmos órfãos." E ela tem razão. E mesmo se o tempo aplaca essa dor, sempre vai ficar dentro da gente aquele sentimento indecifrável de vazio. É a idéia do "nunca mais ver" que dói mais. E quando esta se une à idéia de não termos feito algo mais, não termos dito algo mais, ainda é pior.

Outra dor de perda é quando a pessoa que se ama se vai. Nesse caso existe uma mistura de dor de orgulho e dor de medo de se ficar sozinho, muitas vezes porque o que existia não era realmente amor, mas uma dependência emocional do outro. Dor de orgulho, porque ninguém nessa vida foi feito pra perder. Dor de ter sido deixado, dor de rejeição, que chega a doer até fisicamente. Não adianta dizer nesse momento que "quando se perde um ônibus vem dez atrás", porque a pessoa vai te dizer que o que perdeu era justamente aquele que queria. Mas quando o tempo cura essa ferida (e o tempo cura todas as feridas!) e o coração começa a bater mais forte por outra pessoa, aí então a gente esquece. E ninguém precisa ter medo de ficar sozinho, pois só vai ficar sozinho quem não se abrir a novas possibilidades.

E com isso tudo, o que é preciso mesmo é que aprendamos o sentimento de aceitação. Não passiva, de se deixar levar. Mas aquela de quando se sabe que vai se viver o inevitável, de viver isso da melhor maneira possível. Nenhum de nós está preparado pra isso, mas sabemos que é a vida.

E não deixar que a dor do orgulho possa impedir que vivamos, isso é importante. Alguém me contou recentemente que sofreu dois anos por ter perdido um amor e depois é que reconheceu que o sofrimento não era realmente de amor, mas do orgulho de ter sido deixado. Uma vez reconhecido isso, ele deu um passo à frente e encontrou aquela que hoje em dia é sua esposa, que portanto já fazia parte do grupo que conhecia e freqüentava. É preciso muita sabedoria para se tirar a venda do orgulho dos olhos.

Fazer com que os que amamos saibam disso é uma maneira de se preparar a viver diferente a perda, se esta se der. É preciso dar de si mesmo enquanto se pode. É preciso evitar o "ah, se eu soubesse" e "ah, se eu pudesse voltar" do futuro. É preciso oferecer flores enquanto se pode vê-las e senti-las.

Se você gosta de alguém, diga, demonstre. Nem todo mundo sabe adivinhar. Transforme em gestos e palavras tudo aquilo que se passa no seu coração.

Vive muito melhor dor de perda quem sabe que fez a sua parte. Ainda vai doer, mas de maneira bem diferente.

“A vida que podia ter sido e que não foi”




Não sei exatamente em que pode servir uma lista de frustrações; só sei que a concebi, quer por dias pouco empolgantes, quer por uma natureza melancólica sem remédio, eis algumas observações (frustradas) sobre frustrações. Acho que expô-las, de alguma maneira, me purga um pouco da dor inerente do verso de Manuel, de saber que poderia ter sido, mas não foi… (afinal, dirão os otimistas com toda razão do mundo, pra que se deter no que não foi, se, por outro lado, nossa vida foi é, e esse ser não pouco? Enfim, que venham minhas percepções mais tristonhas, elas também podem ter vez…).

Pensei, enquanto ruminava se devia ou não escrever essas caraminholas, que a frustração começa no nascimento, nos primeiros passos que foram pra lá e não pra cá, ou não foram, ou foram demais. Sei que estou atacadíssima no meu lado “espírito de porco”, mas veja se não é verdade: crescemos aqui, nesse século, ou no limiar de dois, como eu, - e não em outro lugar, outro tempo.E sempre tem alguém do lado dizendo: como era bom no meu tempo… E cada um de nós, frustrados, muitas vezes sem nem saber por que, se perguntam por que não ter nascido na Grécia, na Paris do século XIX ou simplesmente nos EUA ? em qualquer período (esses são aqueles incorrigíveis que sempre acham que “os EUA são muiiiiito melhores…” são frustrados insuportáveis…). Enfim, tudo é passível de ser classificado como frustração. Ok, antes que me acusem de pessimista irremediável, vou para minha lista.

A gente se frustra por não ter feito balé ou futebol, por ter lido série Vaga-lume quando preferia Monteiro Lobato(ou Alencar quando Sidney Sheldon era bem mais picante…); se frustra por não ter tido namorado de infância nem na adolescência ? e ter sido o patinho feio do colégio; por ter tido duas namoradas ao mesmo tempo e uma descobrir a outra bem no sábado à noite na fila do cinema. Frustra ter dado o primeiro beijo com 16 anos, ter namorado só com 18 ? e ter durado só duas semanas…Ou ainda, ter namorado aquela prima e ter levado bronca da tia gorda, enquanto podia ter ficado jogando videogame. A gente se frustra pela faculdade em que não conseguiu entrar, pelo cara que não se pode conquistar, pelo beijo que se negou ou que negaram, pelo telefonema que não deram ou quem não demos, pelo jantar que não aconteceu. Frustra também a nota baixa, a pizza de borda queimada, o vinho estragado, a casa por limpar no domingo à noite ? dia mundial da frustração(veja-se a música terrivelmente frustrante do Fantástico e seu anúncio de mais uma semana de amplas “não- realizações”).

Frustra ter terminado aquele curso quando se queria mesmo é fazer música, ter namorado três anos um crápula, ter cozinhado, de novo, miojo, quando havia um convite para sair na sexta… Acentuam frustrações, teimosia, perder a carteira, esquecer de tirar dinheiro, perceber o perfume preferido na sua última gota (e nenhum dinheiro para comprar outro vidro…), gatinho na calçada sem dono, menino de rua batendo no vidro do carro. Frustra chegar aos trinta sem casa, sem saber inglês direito ou se se sabe, sem ter feito decentemente aquele curso de francês. Frustra não entrar mais naquele jeans 38, ter dado pra alguém as bonecas ou a coleção de latinhas, perder os bichos de pelúcia, não ter tempo pra ver desenho na TV.

Frustra e dói não dizer “te amo” quando é tempo e quando estamos todos vivos, não ter visitado aquele menino bebê, não ter tomado todos os porres possíveis, ter tomado outro, bem no dia que aquela menina estava caindo na sua lábia. Frustra perder duas horas no banco, reclamar, mandar e-mail e não ter resposta - ou não responder as mensagens e deixar a caixa estourar… Frustra engordar dez quilos ou perder quatro e perceber a clavícula quase saltando pra fora da blusa. Frustra ter feito escova, ter comprado blusa nova e não acontecer nada naquela noite; ter saído com ela e ter ouvido: “você é super meu amigo”.

Também frustra ler demais ou de menos, viajar e não tirar fotos, ou tirá-las, um peso a mais na memória. Frustra pensar na mãe doente, no pai aposentado, na família longe, nos irmãos que cresceram sem que a gente visse. Frustra estudar, frustra fazer curso técnico, frustra ser bonito demais e espantar namoradas.Frustra quando o bolo de chocolate embolora no fundo da geladeira, esquecido. Frustra quando esfria e não há mais sol. Frustra, enfim, estar aqui e, bem ou mal, transmitir todo dia um pouco da miséria humana em cada passo, em cada suspiro pessimista (às vezes, até a beleza do Machado cansa…).

Enfim, entre tantas frustrações, chego ao fim do texto pensando que é tudo bobagem e que tudo isso nada mais é que realmente um ataque melancólico, uma tentativa de texto frustrada. Afinal, frustrar-se é prova de vida, é prova de que fizemos e não fizemos, que fomos e voltamos, que permanecemos vivos, errando e percebendo cada detalhe naquilo que há de mais maravilhoso: a possibilidade da outra vez, do que não foi, mas será ? ou, ao menos, poderá ser…
E muitas vezes...ser mesmo em vão....por mais que doa, será tudo em vão....

Faça desta sua casa....e Recomeçe!


Sofreu muito nesse período? foi aprendizado...

Chorou muito? foi limpeza da alma...

Ficou com raiva das pessoas? foi para perdoá-las um dia...

Sentiu-se só por diversas vezes? é por que fechaste a porta até para os anjos...

Acreditou que tudo estava perdido? era o início da tua melhora...

Pois é...agora é hora de reiniciar...de pensar na luz... de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Um corte de cabelo arrojado...diferente? Um novo curso...ou aquele velho desejo de aprender a pintar... desenhar... dominar o computador... ou qualquer outra coisa... Olha quanto desafio... quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.

Tá se sentindo sozinho? besteira... tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento"... tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para "chegar" perto de você.


Quando nos trancamos na tristeza... nem nós mesmos nos suportamos... ficamos horríveis... o mal humor vai comendo nosso fígado... até a boca fica amarga.


Recomeçar...hoje é um bom dia para começar novos desafios.


Onde você quer chegar? ir alto...sonhe alto... queira o melhor do melhor...
queira coisas boas para a vida... pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos... se pensamos pequeno... coisas pequenas teremos... já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor... o melhor vai se instalar na nossa vida.


E é hoje o dia da faxina mental... joga fora tudo que te prende ao passado... as coisas tristes... fotos...peças de roupa, papel de bala...ingressos de cinema .. bilhetes de viagens... jogue tudo fora... mas principalmente... esvazie seu coração... fique pronto para a vida...