quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O dia em que questionei meu pai...



                                             CAPITULO VIII

            Eu tinha mais ou menos uns 11 ou 12 anos, e estava começando a entrar naquela fase que tudo muda, tudo começa a pesar mais e o mundo começa a se abrir a nossa frente.Precisava entender o que acontecia de fato com meus pais, pois pra mim ele era um sonho, e aonde íamos nos divertíamos e quando chegava em casa, tínhamos um inferno pra enfrentar com suas brigas com minha mãe . Eu já não conseguia viver com aquelas duas situações completamente opostas, em que uma me fazia ser muito feliz e a outra, me causava dor, medo, pânico e muito sofrimento. Ele tinha que me explicar aquilo, pois era com ele que eu mais vivia e curtia, e era dele que eu tinha orgulho e admiração.Ele era meu ídolo e não podia fazer aquilo, principalmente com minha mãe. Por que, eu disse, por que, eu precisava saber e só ele poderia me responder. Por que pai, por que, eu indaguei...
            Mas não houve resposta pra essa minha duvida, e em lugar de palavras que eu precisava e esperava, houve apenas um denso e demorado silencio. Era um silencio que me dava medo, me deixou sem chão e com mais duvidas ainda. Estávamos no carro indo ou voltando de algum desses lugares que íamos sempre juntos, só eu e ele, mas ele não me respondeu e eu tive medo de persistir na minha pergunta, pois ele ficou calado e mudou sua fisionomia seriamente, eu não pude persistir, eu não podia, eu tive medo. A única coisa que posso me lembrar desse dia em diante, foi que no dia seguinte, meu pai saiu como sempre saia e ia aos bares ou em algum sitio, e sempre me levava junto dele, ele me acordava e íamos juntos...naquele dia isso não aconteceu...eu acordei e meu pai já não mais estava em casa e a primeira coisa que fiz foi perguntar a minha mãe onde ele estava, ela me disse que já tinha saído...mas como sem mim? Por que ele não me chamou??? Não sei...foi a resposta de minha mãe. De fato ela não sabia, e nem eu...
            Os dias passaram e meu pai não mais me chamou e nem me permitiu ir com ele a lugar nenhum mais, e eu perguntava por que, mas ele dizia que eu não podia ir lá, ou aqui, sempre tinha uma desculpa, e eu fui ficando pra traz e não mais tive a presença de meu pai e ele a minha, pois ele não mais me levou com ele. Quando não eu acordava e ele já tinha saído...isso me deixou muito triste e pensando e pensando, vi que foi depois que eu perguntei a ele sobre as brigas com minha mãe. Ele não gostou daquilo que fiz e não mais me quis ao seu lado. E me abandonou...eu perdi meu pai nesse dia, e ele me perdera por quase toda uma vida!

            Penso; “Meu Pai Não Me Ama Mais...".
                                            Por isso, eu não o amo mais...”

                                                          

Um comentário:

António Je. Batalha disse...

Vim à net para encontrar novos amigos e ao mesmo tempo divulgar meu blog, encontrei o seu blog, e estive a ver algumas postagens e achei o seu blog muito bom, tenho de lhe dar os parabéns, pois é um blog que dá sempre vontade de vir aqui mais vezes.
O meu blog é o Peregrino E Servo, se tiver tempo ou se desejar pode fazer-lhe uma visita e se gostar faça o sentir no seu coração, saiba porém que nunca deixei alguém ficar mal.
Desejo paz e saúde para si e para o seu lar.
Sou António Batalha.